Abstract

Tendo em vista o advento das ferramentas digitais para leitura e comunicação, propomos uma breve discussão sobre como os gêneros do discurso têm sido modificados pelos novos modos de ler, o que inclui suportes digitais, formatos de apresentação discursiva, modos de interação do leitor com o texto e organização do enunciado no espaço-tempo. Para isso partimos de noções sobre gêneros textuais a partir da teoria dialógica do Círculo de Bakhtin. Seguimos a discussão traçando um diálogo de aproximação com pesquisadores das áreas da psicolinguística e da neurolinguística, a fim de verificar quais são as habilidades cognitivas envolvidas na leitura que podem acompanhar a tendência nas modificações atuais no modo como lemos e processamos a leitura em meio impresso e em meio digital. Aspectos como a plasticidade cerebral e o refinamento atencional são apresentados como possíveis mecanismos que podem estar sendo fortemente influenciados pelos modos digitais de leitura. Ao mesmo tempo, há uma inevitável tendência na digitalização dos dados, de forma que as informações sigam o ritmo da sociedade atual, de forma fluida, acessível e rápida. Tendo em vista esta perspectiva, buscou-se equilibrar posicionamentos, apresentando aspectos positivos e negativos desta mudança, de forma que a equiparação entre a necessidade da manutenção da implementação da tecnologia digital no incentivo à leitura, e a manutenção da demanda cognitiva alcance uma medida o mais próxima possível de um hábito saudável. Acreditamos que este se trata de um fenômeno relativamente recente e que demanda uma observação científica cuidadosa a longo prazo, visto que é crescente e de caráter definitivo, acompanhando a evolução do comportamento humano e o avanço das tecnologias digitais.

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