Abstract
O artigo analisa a saúde, as doenças e as ciências como objetos de interesse da História e traz a circulação de saberes sobre o mundo natural como exemplo de abordagem investigativa. A priori, construiu-se um panorama modesto, que considerou a saúde, as doenças e as ciências na historiografia; a posteriori, as reflexões foram aplicadas em uma contribuição para a História da Saúde e das Doenças, com o estudo de uma planta de propriedades medicinais que movimentou relações no Império Português: a quina. A investigação parte da então capitania do Piauí, estreitamente ligada ao Maranhão e a muitas outras partes do globo; o recorte temporal foi de 1763 a 1806, explicado pelas datas das fontes trabalhadas; e as circunstâncias históricas do período remetem especialmente ao Reformismo Ilustrado. A demanda, na historiografia piauiense, por material ligado à História da Saúde das Doenças no Período Colonial e a validade de perceber a capitania do Piauí numa perspectiva atlântica e global justificam este esforço. A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica acerca da História da Saúde e das Doenças e da História Colonial, aliada à pesquisa documental com fontes do Arquivo Histórico Ultramarino. Enfim, pudemos observar que em um contexto de disputas comerciais contra estrangeiros, as chamadas “drogas do sertão”, representadas aqui pela quina da capitania do Piauí, foram caras à Coroa de Portugal. Enfim, pessoas, plantas, animais e minerais foram explorados. Práticas de cura e outros saberes indígenas e africanos relacionados ao uso da natureza foram essenciais nesse processo.
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