Abstract

Este artigo analisa os jogos de memórias e expectativas observados entre intelectuais e portugueses e brasileiros que manifestaram apreensões relativas a uma putativa ligação luso-brasileira. Nossas reflexões situam-se em dois momentos históricos precisos: a proclamação da República no Brasil (1889) e a realização da 1ª Exposição Colonial do Porto (1934). Para além da importância dos eventos em si, interessa-se pela dimensão da crispação de memóriasprojetivas sobre uma pretensa marca da lusitanidade na América e na África. Nos dois momentos destaca-se a questão da unidade territorial relacionada às hermenêuticas identitárias. O temor da perda de unidade em escala americana, no final do XIX, ou em seus desdobramentos em escala africana, no século XX, buliam na compreensão sobre dada «lusitanidade». A fronteira, como conceito, revela-se um mecanismo de aglutinação de expectativas que interpela diferentes dimensões escalares de referência (Europa, América e África), sendo elemento constituidor do preenchimento contextual e discursivo das identidades nacionais.

Highlights

  • O reverso da memória e o efeito multiescalar da fronteira: Reconfigurações culturais entre Portugal e Brasil (1888-1934)

  • Para lá das suas diferenças teóricas ou estilísticas e que, em qualquer dos casos, não podem omitir as afinidades principiológicas de ocasião, os textos de Oliveira Martins, Eduardo Prado e Eça de Queirós entrecruzamse em aspectos nodais da problemática relacional envolvendo Portugal e Brasil

  • [...] Tem sido esse o alto e infatigável esforço da Sociedade LusoAfricana: contribuir para elucidar o Brasil, criando, não já milhões de brasileiros, a perfeita perpetuidade da nossa missão histórica de povo criador de nações e da nossa capacidade para a sua realização integral, através de todos os sacríficos, pelo aproveitamento definitivo dos vastos territórios que constituem, ainda hoje, a nossa projeção nas três partes do mundo e pelo enaltecimento moral e social das raças que as povoam

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Summary

Introduction

O reverso da memória e o efeito multiescalar da fronteira: Reconfigurações culturais entre Portugal e Brasil (1888-1934).

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