Abstract

A escrita e o processo de criação em Literatura têm sido objeto de investigação em diferentes campos do conhecimento, entre os quais destacam-se a crítica literária e os saberes psi, como a Psicanálise, a Psicologia cognitiva e a Psiquiatria. Nesses campos, abordagens de cunho biográfico e psicologizante foram, por vezes, predominantes. O objetivo deste artigo é analisar as críticas a tais abordagens e buscar alternativas à relação causal entre autor e obra. Com base em Barthes, Foucault e Chartier, procuramos evidenciar que a autoria não é natural, mas surgiu no século XVII, repercutindo nas análises literárias. A partir de Blanchot e Dewey, argumentamos que o escritor se deixa guiar pelo que percebe: é escritor e leitor, simultaneamente. Com Varela, Thompson e Rosch, concluímos que a obra e o autor são efeitos de um mecanismo de coemergência, sendo engendrados de um mesmo processo de criação literária.

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