Abstract

As narrativas pictóricas de Carmézia Emiliano documentam a paisagem cultural e o patrimônio alimentar do povo macuxi, com base nas memórias afetivas do cotidiano indígena. A comunidade macuxi está localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no extremo norte de Roraima, Brasil, no bioma amazônico. As literaturas indígenas podem ser pensadas como fontes documentais que expressam o dia a dia de diversas comunidades. Este artigo analisa as práticas alimentares do povo macuxi de acordo com a literatura indígena A árvore da vida, de Carmézia Emiliano, tecendo um diálogo com a literatura indígena Eremi’u Rupa (Lugar de minha comida), do povo Zo’é. O povo Zo’é pertence a uma pequena comunidade do norte do Pará, no Brasil, e é considerado um dos últimos grupos intactos de contato na Amazônia. Ambos os povos têm a mandioca como elemento central de sua dieta, e é por meio da mandioca que os saberes e os fazeres são colocados nas mesas artísticas, no centro da aldeia. Na literatura A árvore da vida foram analisadas três obras: Damurida, As índias preparando pajuaru, e Artesanato. Na literatura Eremi’u Rupa se analisou a fala de Kubi’euhu, jovem liderança, no desenho U’i Apoha (Fazendo farinha), que retrata as práticas alimentares do Povo Zo’é.

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