Abstract

O arroz é um dos principais alimentos do mundo atual e as vantagens do seu consumo são inúmeras. A sua presença na mesa teve um longo percurso, foi ganhando estatuto, passando a ser assídua e apreciada nos cardápios de vários grupos sociais. Cedo se percebe que físicos e cirurgiões descobrem as suas virtudes e benefícios, integrando-o em tratados de saúde (exemplo Arnaldo de Vilanova, século XIV; Francisco da Fonseca Henriques, século XVIII). Desde o século XVI que o encontramos, de forma clara, em hospitais e enfermarias de conventos masculinos e femininos. O mesmo aconteceu na composição da dieta dos enfermos do Hospital de Todos os Santos de Lisboa (1504), onde o arroz era ministrado. Esta prática teve continuidade, constatando-se, inclusive, um envolvimento da Coroa no incentivo ao seu consumo hospitalar. Ao longo dos tempos, o arroz foi usado no tratamento de úlceras, cálculo renal, problemas gastrointestinais e nos casos de cólera. Por alturas de 1856, vários surtos avassalam o país e nessas zonas epidémicas, complementava-se o tratamento químico com uma alimentação cuidada, em que se aconselhava a canja ou os caldos de arroz. Apesar das sucessivas resistências ao seu cultivo, em virtude das febres palúdicas que ocasionava, o arroz revelou-se um caso de sucesso que permaneceu até aos nossos dias. Um prato de festa, mas também um prato terapêutico.

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