Abstract

A Reforma Psiquiátrica tem como princípio fundamental o cuidado em liberdade e prevê a internação breve em hospital geral apenas quando esgotados os recursos extra-hospitalares. No entanto, as múltiplas reinternações em unidades psiquiátricas ainda são comuns no cotidiano hospitalar. O foco desse estudo está no que acontece para além dos portões do hospital, analisando elementos da vida comunitária dos portadores de sofrimento psíquico e se essas experiências se relacionam de alguma forma com a frequente necessidade de hospitalização. Para tanto, buscou-se investigar a percepção sobre apoio comunitário em usuários com alto número de internações, comparando com a de usuários de primeira internação, na unidade psiquiátrica de um hospital geral de Porto Alegre. Os resultados mostraram que a comunidade é uma potente fonte de ajuda em situações de crise, porém, usuários com múltiplas internações têm essas redes enfraquecidas e um afastamento maior da Atenção Básica, em relação aos usuários de primeira internação. Dessa forma, a família se torna a principal fonte de apoio, o que gera sobrecarga, e o hospital ganha um status diferenciado na vida desses usuários, considerado a única alternativa em situações de crise.

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