Abstract
O sofrimento mental no ambiente acadêmico, manifestado por depressão, ansiedade e burnout, resulta do excesso de estímulos e da constante pressão por desempenho impostos pela sociedade moderna. Tal situação é interpretada por este artigo à luz das teses de Byung-Chul Han e Franco “Bifo” Berardi. Han argumenta que a era atual é dominada por doenças neuronais causadas pelo excesso de positividade, em contraste com as doenças infecciosas do passado, caracterizadas pela negatividade e pela defesa imunológica. Essa discussão é ampliada com base nas ideias de Sigmund Freud e Donald Winnicott, destacando como os ambientes acadêmicos exacerbam tais condições. Além do inconsciente freudiano, este texto reconhece que os indivíduos são influenciados por fluxos de informações provenientes de um inconsciente social, que nutre e complexifica todas as subjetividades. Nessa ótica, o mal-estar coletivo na academia é um sintoma de um desafio contemporâneo mais amplo, e não uma propriedade emergente do sistema acadêmico em si. A partir disso, o presente artigo examina como a transição da sociedade moderna de um paradigma imunológico – defesa contra o estranho e o negativo – para um paradigma dominado pelo excesso de positividade altera tanto a dinâmica social quanto os modelos patológicos, levando ao sofrimento psíquico no meio acadêmico.
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