Abstract

Nos últimos anos os temas responsabilidade social e ambiental e desempenho financeiro corporativo têm sido focos de várias discussões no âmbito acadêmico. Entretanto algumas pesquisas sobre o relacionamento entre os temas são contraditórias. O estudo tem como objetivo geral investigar a associação entre o desempenho socioambiental e o desempenho financeiro nas empresas do setor elétrico brasileiro listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros (BM&FBovespa) que publicaram o Balanço Social Ibase referente aos exercícios de 2006 a 2008. Trata-se de pesquisa descritiva, de natureza quantitativa, reunindo uma amostra de 40 empresas. O desempenho social e o ambiental foram mensurados a partir dos indicadores dos balanços sociais. O desempenho financeiro foi mensurado a partir do Retorno Sobre Ativos (ROA). Para a avaliação estatística da associação entre os desempenhos foi utilizada a Análise de Correspondência. Os resultados do teste aplicado na amostra levaram à rejeição das hipóteses da pesquisa, já que um alto desempenho social ou ambiental não necessariamente está associado a um alto desempenho financeiro quando os dois tipos de desempenho se referem ao mesmo exercício. Nenhuma evidência pode ser inferida sobre a associação entre os desempenhos social externo e ambiental e o desempenho financeiro com defasagem de um ano.

Highlights

  • De acordo com López, Garcia e Rodriguez (2007), o sucesso das organizações empresariais está começando a ser definido pela integração de conceitos como qualidade gerencial, administração do meio ambiente, reputação da marca, lealdade dos consumidores, ética corporativa e retenção de talentos

  • Este estudo procura investigar a associação de duas áreas distintas – a socioambiental e a financeira, de maneira a responder ao seguinte questionamento: Qual a associação entre o desempenho socioambiental e o desempenho financeiro das empresas?

  • No final da década de 1970 surgiu uma das mais respeitadas definições conceituais de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), proposta por Carroll (1979) e citada em inúmeros estudos acadêmicos: “A responsabilidade social dos negócios abrange os campos econômico, jurídico, ético e discricionário nas expectativas que a sociedade tem das organizações em um determinado ponto no tempo” (p. 499)

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Summary

REFERENCIAL TEÓRICO

Devido ao processo de globalização e às novas demandas empresariais, intensifica-se a discussão acerca da RSC, já que a ética, a transparência e a responsabilidade são, a cada dia que passa, mais exigidas pelo mercado. No final da década de 1970 surgiu uma das mais respeitadas definições conceituais de RSC, proposta por Carroll (1979) e citada em inúmeros estudos acadêmicos: “A responsabilidade social dos negócios abrange os campos econômico, jurídico, ético e discricionário nas expectativas que a sociedade tem das organizações em um determinado ponto no tempo” Já com relação às da terceira categoria, as responsabilidades éticas, o autor acrescenta que, embora não necessariamente estejam codificadas em leis e regulamentações, são esperadas pelos membros da comunidade em relação às empresas, pois a sociedade cria expectativas acima dos requisitos legais em relação aos negócios. Na opinião de Carroll (1999), seguindo a teoria dos stakeholders, há o surgimento da personalização das responsabilidades sociais, uma vez que se procura identificar os membros da sociedade ou grupos mais importantes para a organização. Percebe-se, então, que as práticas de RSC não se limitam ao âmbito interno da empresa, indo muito além, até alcançar todos os stakeholders e o meio ambiente

Teoria dos stakeholders versus Teoria dos shareholders
MÉTODO DE PESQUISA
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Desempenho Financeiro
Desempenho Ambiental x Desempenho
Desempenho Ambiental x Desempenho Financeiro
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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