Abstract

A fórmula do “culto a Bolívar”, elaborada por Germán Carrera Damas em seu livro homônimo, é uma das leituras mais usais e originais sobre o passado venezuelano. Nela, a permanência de imagens do herói no cenário político, ao longo da história, é percebida como uma corruptela do percurso histórico que a nação deveria perseguir. A lógica desse argumento deriva diretamente de um embasamento na História das ideias, o que a leva a uma sequência de problemas de ordem interpretativa e metodológica. O intuito do presente trabalho é debater essas complicações, tendo em vista a centralidade do pensamento de Carrera Damas para a escrita da história venezuelana. Sob o escrutínio das críticas que Elias Palti tece à História das ideias na América Latina e dos estudos de linguagens políticas de John Pocock, busca-se, aqui, desconstruir duas percepções da historiografia de Carrera Damas: 1. que o culto a Bolívar esteja implicado no atraso sociopolítico venezuelano; e 2. que esse fenômeno possa ser reduzido a uma ideologia instrumentalizada para dominação social.

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