Abstract

O artigo reflete sobre o avanço discursivo da “agricultura única” no Brasil, representada, grosso modo, pelo agronegócio e, recuo da projeção socioprodutiva da “agricultura familiar”. Compreende-se que essa narrativa prevalente tem como possíveis causas, a fragilidade de investimentos teóricos, políticos e sociais do segmento da agricultura familiar, muito vinculada à definição e aos critérios restritivos presentes nos normativos do crédito rural e pela Lei n. 11.326/2006. Foi possível sustentar a ideia de agricultura única que vem sendo alimentada em grande parte, pelo gradiente econômico que concentra o Valor Bruto da Produção (VBP), pelas campanhas publicitárias do agronegócio veiculadas pela mídia e pelo influente bloco de poder político no Congresso Nacional, representada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vis-à-vis a periférica bancada da agricultura familiar. Esses fatores, alinhados ao cenário político do período 2016-2022, e involuntariamente, pela perda de mobilização social e política das organizações sociais e do sindicalismo da agricultura familiar, contribuíram para a fragilização das políticas de apoio à agricultura familiar e pela opção de fortalecimento do agronegócio.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call