Abstract

O Brasil tem privilegiado o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Na rede de produção do agronegócio, o alimento é tratado não como um direito social, mas como uma mercadoria cujo propósito primordial é auferir lucro. O objetivo deste artigo é contribuir para o debate sobre a relação intrínseca entre a difusão do agronegócio e a fome no Brasil. Nosso ponto de partida são alguns pilares que sustentam o alimento como mercadoria, tais como os dos ultraprocessados e os da concentração econômica na produção e distribuição destes. A metodologia foi estruturada com base nos fundamentos da pesquisa qualitativa para a construção de uma análise crítica. Concluímos que paralelamente ao aumento da produção e da produtividade do agronegócio, temos o crescimento de pessoas sem acesso à alimentação, evidenciando que tais processos são faces de uma mesma moeda. Inferimos também que os ultraprocessados estão sob o domínio de um pequeno número de corporações transnacionais, que cada vez mais definem o que comemos. Constatamos ainda que enquanto a fome aumentou de forma exponencial durante a pandemia de COVID-19, as corporações agroindustriais alimentares e de supermercados estão entre as empresas que mais lucram nesse período.

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