Abstract

O cultivo de alimentos em espaços urbanos é uma prática comum desde o início das cidades, quando era elementar a divisão técnica e social do trabalho. A produção de alimentos em quintais e nas proximidades das residências dos citadinos se constituía num importante fator de segurança alimentar. Após a revolução industrial, o espaço urbano foi convertido em mercadoria e acirraram as disputas pelo seu uso, com a consequente perda da importância do cultivo de alimentos nas cidades. Entretanto, a partir do final do século XX, o cultivo de alimentos em cidades passa a ter a sua importância social e ambiental reconhecida, sendo, inclusive, elaboradas e implementadas políticas públicas de apoio à chamada agricultura urbana. O presente artigo tem como principal objetivo compreender a agricultura praticada nas cidades e seus arrabaldes no contexto europeu, de modo a entender suas finalidades e relações com o mercado de trabalho e o abastecimento alimentar ao longo do tempo. São evidenciadas as mudanças decorrentes da ampliação do processo de urbanização, assim como as relações existentes entre agricultura e morfologia urbana. As transformações estruturais da economia capitalista, a partir do século XIX, culminaram na redução ou desaparecimento da agricultura urbana em determinadas áreas das principais cidades europeias, resultando na constituição de um mercado alimentar especializado, cujo abastecimento é realizado por comerciantes que adquirem víveres produzidos em áreas cada vez mais distantes do consumidor final.

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