Abstract
Nas lutas empreendidas pelos povos indígenas, a descolonização dos “espaços acadêmicos” tem adquirido relevância para os movimentos indígenas e aliados nas últimas décadas. No âmbito da academia, a luta pela descolonização implica na possibilidade do diálogo entre saberes e na valorização da perspectiva do “outro”, superando a sobreposição de conhecimentos. Sendo assim, as inúmeras pesquisas, trabalhos e reflexões desenvolvidas por indígenas no âmbito da academia, constituem novas estratégias de enfrentamento. Partindo de minha trajetória de vida e estudantil, pretendo mostrar os caminhos percorridos para alcançar o ensino superior, os desafios e as dificuldades enfrentadas num ambiente hostil, a importância das ações afirmativas e as possibilidades de organização política nestes espaços. Também exponho sobre a experiência de oito anos de trabalho junto aos povos indígenas e populações tradicionais no estado do Pará, fundamentais para formação pessoal, política e acadêmica. Procuro demonstrar como a formação de indígenas em nível superior pode proporcionar o alcance de diálogos entre os diferentes saberes de forma que não se sobreponham, além da vivência da interculturalidade, vencendo resistências e barreiras instituídas em tempos imemoriais.
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