Abstract

O processo  de  diáspora vivido pelo povo  Terena  e o  seu posterior reajuntamento  afetaram  o modo  de  vida  e operaram grandes mudanças na paisagem ecológica e social  desse  povo  indígena,  o  qual  se viu,  a  partir  daí,  forçado  a  buscar  novas estratégias de sobrevivência em um processo crescente de territorialização e de busca de autoafirmação nos  territórios ocupados. Devido a este processo, há um discurso corrente de estigmatização dos povos Terena que assevera que eles abandonaram suas raízes, se aculturaram e se tornaram "índios urbanos".  Neste contexto de estigmatização e de institucionalização de sentidos vários sobre o sujeito índio, nos propomos a problematizar as representações  imaginárias desses sujeitos sobre  si mesmos, através de publicações de postagens no facebook realizadas por professores indígenas destes povos. Nossa referência teórica é a Análise do Discurso de linha francesa através dos conceitos de memória, interdiscurso e formações discursivas propostos por Pecheux (2009), da formulação do conceito de formações discursivas realizada por Foucault (1986) e da problematização de noções como identidade e processos identitários propostas por Hall (2006) e Coracini (2003), além das concepções de território e  territorialidade e propostas por  Haesbart (2004). Os resultados iniciais apontam para identidades construídas a partir das relações territoriais que encenam o  funcionamento  de  diferentes  posições  sujeito,  constituídas  em  duas  formações  discursivas  que  estão relacionadas  entre  si  por  oposição.

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