Abstract

As escolhas para o vestir cotidiano podem envolver questões como: para quais compromissos deve-se estar apresentável? Como se almeja ser visto (e apreciado, ou não) nos ciclos sociais dos quais participa? Como se colocar nos locais pelos quais se transita enquanto partícipe ou forasteiro de determinado meio social? À luz da semiótica discursiva, o presente artigo procura explorar tais questões. Objetiva-se compreender as maneiras pelas quais se constrói a aparência em relação ao que está na Moda em determinado grupo social e, assim, como são constituídas as identidades e as alteridades. Ao contemplar os gostos que são sazonalmente instituídos e que delineiam o que está em voga, e, por pressuposição recíproca, o que não está, chega-se a uma tipologia das maneiras de estar na Moda (ou fora dela) a partir dos regimes de sentido, interação e risco de Eric Landowski, compreendendo assim os modos de interação entre sujeitos, objetos e seus grupos sociais pelas dinâmicas das aparências. Essa tipologia compreende: o seguidor, o conformista, o bricoleur e o disruptivo. A partir de observações realizadas na rua Oscar Freire, em São Paulo, aborda-se um elemento em comum: o tênis branco, permeando três desses tipos e evidenciando os mecanismos de identificação/diferenciação que guardam os mais diferentes estilos, o que conduz às buscas de pertencimento intencionais e aos riscos, calculados ou não, de não adequação à dado corpo social.

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