Abstract

O fechamento obrigatório das salas de cinema durante a pandemia do novo coronavírus não apenas afetou economicamente o setor, mas também intensificou a discussão da sobrevivência das salas. O tropo da morte do cinema foi retomado mais uma vez, tanto no campo teórico quanto da práxis cinematográfica. O artigo refaz o percurso teórico da discussão ontológica do objeto cinema, recuperando a necessária dimensão de experiência coletiva da atividade, como vem sendo apontado por diversos autores, como Jacques Aumont, e Raymond Bellour. Para tanto, mobiliza-se a revisitação do conceito de dispositivo de Jean-Louis Baudry em chave crítica a partir da recuperação fenomenológica do ato de ver filmes. Ao final do artigo aponta-se que a “espontânea” proliferação de drive-ins e outras ações podem ser sintomáticas de uma relação sentida como necessária pelo espectador de cinema e, portanto, configuradora ontológica do objeto cinema, o que não impede e até estimula outros dispositivos de visão.

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