Abstract

O artigo se propõe a compreender a construção da narrativa ambientalista global e o lugar que o continente africano nela ocupa. Para o efeito, analisa documentos produzidos pelas Nações Unidas e União Africana, entre 1972 e 2002, e que versam sobre a questão do desenvolvimento, natureza e meio ambiente. Os resultados da análise indicam que a dita narrativa obrigava os países a incorporarem a dimensão ambiental em suas políticas desenvolvimentistas. Dada a situação de pobreza dominante em África, contudo, o continente era encarado como incapaz de preservar a natureza, ao que deveria estar sob a tutela de países do norte-global. Sugeria-se que estes, por via da expansão de seu capital econômico e assistencialismo técnico, seriam capazes de eliminar a pobreza dos africanos e, consequentemente, os impediriam de agredir a natureza. Esta situação, contudo, conflitava com a agenda desenvolvimentista africana iniciada no pós-independência, e que via na exploração da natureza o caminho pelo qual alcançaria a sua emancipação econômica.

Highlights

  • Resumen: El trabajo se propone comprender la construcción de la narrativa ambientalista global y el lugar que el continente africano ocupa en ella

  • Contudo, significou um empreendimento discursivo visando legitimar a expansão do neoliberalismo e das políticas assistencialistas para o continente africano, o que punha em causa a efetivação de uma agenda desenvolvimentista autóctone e emancipatória que via na abundância de recursos naturais, o meio a partir do qual se alcançaria esse desiderato

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Summary

OPEN ACCESS

Na encruzilhada entre “emancipação” e dominação: a narrativa ambientalista global e as políticas desenvolvimentistas de África. Entre la “emancipación” e dominación: la narrativa ambientalista global y las políticas desarrollistas en África. Resumo: O artigo se propõe a compreender a construção da narrativa ambientalista global e o lugar que o continente africano nela ocupa. Os resultados da análise indicam que a dita narrativa obrigava os países a incorporarem a dimensão ambiental em suas políticas desenvolvimentistas. Dada a situação de pobreza dominante em África, contudo, o continente era encarado como incapaz de preservar a natureza, ao que deveria estar sob a tutela de países do norte-global. Contudo, conflitava com a agenda desenvolvimentista africana iniciada no pós-independência, e que via na exploração da natureza o caminho pelo qual alcançaria a sua emancipação econômica.

Estocolmo e a inauguração da narrativa ambientalista global
Considerações finais
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