Abstract

Este artigo tem por objeto o Museu Nacional do Rio de Janeiro, profundamente afetado por um incêndio em setembro de 2018. Primeiramente, exploro o Setor de Etnologia e Etnografia da instituição, observando como o conjunto de objetos patrimonializados no Museu Nacional apontava para uma rede de relações entre antropólogos, curadores e povos indígenas para com eles. Dessa forma, atenho me às agências e agenciamentos que ali se implicavam, buscando entender como a relação entre essas coisas e tais pessoas se dava, pois o SEE, como outros setores do Museu, abrigava objetos que não foram feitos para serem expostos, mas que, diante de atos de colecionar estavam ali alocados. Assim, discuto o resguardo dos objetos que se perdem durante o incêndio, quando objetos encontram-se nas cinzas e todo um processo de coleta e exposição de 200 anos vem à tona para ser repensado. Nesse sentido, trabalho, em seguida, com o Museu Nacional pós-incêndio, no qual busco investigar a reorganização expográfica e política do museu, ao observar as diferentes questões que o incêndio pode mobilizar, a depender da perspectiva, e como ele abala certos pressupostos museológicos, que vem à tona com a reconstituição de um acervo tão grande e diverso quanto este era.

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