Abstract
Os Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos são solos pouco estudados no Brasil devido ao seu baixo potencial relativo de uso. Esse fato se reflete em dificuldades na execução da sua descrição morfológica no campo, principalmente no que se refere aos contatos entre solo, saprolito e rocha, e na sua classificação no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Nesse sentido, os objetivos deste trabalho foram: contribuir na definição morfológica dos contatos entre solo, saprolito e rocha dessas classes de solos no campo; gerar dados sobre a camada saprolítica e testar a sua inclusão na subordem dos Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos; e avaliar os atributos diagnósticos e classes disponíveis no sistema brasileiro de classificação de solos para a classificação dos Neossolos Litólicos e Regolíticos derivados de rochas vulcânicas da Formação Serra Geral no Rio Grande do Sul. Foram analisados cinco perfis dispostos em uma litoclimossequência. Os contatos foram identificados pelo uso do teste de escavação com a pá reta, associado à análise do fraturamento do saprolito e às classes de intemperismo propostas neste trabalho. Os contatos referentes à presença de camada saprolítica encontrados nos perfis não são contemplados no sistema brasileiro. Foram propostos atributos diagnósticos para a classificação dos Neossolos Regolíticos, sugerindo-se a troca do termo "Regolítico" por "Saprolítico". Também foram sugeridas novas classes para o terceiro nível categórico, considerando informações como posição do contato saprolítico, resistência à escavação e grau de fraturamento do material. Os atributos diagnósticos e as classes propostas permitiram uma classificação mais adequada dos Neossolos derivados de rochas vulcânicas, no Rio Grande do Sul.
Highlights
Entretanto, devido à falta de informações mais detalhadas sobre o assunto no Brasil, há dificuldade eminente de separar solo e saprolito e também de determinar o tipo de contato que ocorre no perfil (Schafer et al, 1979; Stolt & Baker, 1994; Machado, 1997)
As amostras foram coletadas em todos os horizontes e camadas de cada perfil, em parede de coleta de aproximadamente um metro de largura
O contato saprolítico ocorre em diferentes condições, dependendo do estádio de intemperização, entre os horizontes A ou C e o saprolito, onde a dureza do material permite a escavação manual com pá reta, mas não a penetração de raízes, exceto pelas fraturas
Summary
Foram coletadas amostras de solo, saprolito e material de origem em cinco perfis dispostos em uma litoclimossequência na extremidade sul da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná, no Rio Grande do Sul. Os pontos encontram-se em um transeto, na direção Oeste-Leste, seguindo aproximadamente o paralelo 29 ° Sul. Os perfis foram coletados desde o município de Itaqui, seguindo pelos municípios de Unistalda, Ibarama, Caxias do Sul, até Bom Jesus, em uma distância aproximada de 600 km, sendo identificados, respectivamente, como P1, P2, P3, P4 e P5 (Figura 1). Dados climáticos extraídos de Buriol et al (1979) e IPAGRO (1989); dados de vegetação natural extraídos de IBGE (1986) e classificação conforme Embrapa
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