Abstract
Os Neossolos rasos apresentam limitações ao uso devido à pequena profundidade efetiva e pedregosidade associadas. Existe uma carência de informações sobre a definição dos contatos entre solo, saprolito e rocha existentes nesta classe de solo, bem como, ferramentas que facilitem a sua identificação morfológica no campo. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a morfologia dos contatos existentes entre solo, saprolito e rocha em Neossolos derivados de arenito da Formação Caturrita, na região central do Rio Grande do Sul; testar e adequar as classes de intemperismo de Pedron et al. (2009) para as condições de rocha sedimentar; e verificar a correlação das classes de intemperismo com os resultados do teste de resistência à penetração. Verificou-se que a morfologia das camadas saprolíticas dos Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos derivados do arenito é semelhante às mesmas classes de solos derivadas de basalto/riólito no Estado, permitindo a adaptação das mesmas classes de intemperismo propostas por Pedron et al. (2009). Os testes com o penetrômetro de impacto apresentaram alta correlação com as classes de intemperismo adaptadas neste trabalho. Foram identificados, nos perfis avaliados, os seguintes contatos: contato lítico, contato lítico fragmentário e, a alguns foi associado o contato saprolítico fragmentário, o qual os autores sugerem, considerando sua importância, a inclusão no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
Highlights
Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos são solos rasos com horizonte A ou hístico assentados sobre horizonte C, ou camadas Cr e R, sem horizonte B diagnóstico no caso do Litólico e aceitando um horizonte Bi com espessura inferior a 10 cm no caso do Regolítico (Embrapa, 2006)
Conforme Pedron et al (2009) o contato saprolítico fragmentário ocorre em diferentes condições, dependendo do estádio de intemperização, entre os horizontes A ou C e o saprolito, onde a dureza do material permite a escavação manual com a pá reta, mas não a penetração de raízes, exceto pelas fraturas, as quais são abundantes e dispostas a uma distância inferior a 10 cm uma das outras
& MENEZES, F.P. Relação da granulometria do solo e morfologia do saprolito com a infiltração de água em Neossolos Regolíticos do rebordo do Planalto do Rio Grande do Sul. Ci
Summary
O estudo foi desenvolvido no município de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul (RS), na transição entre a região do Planalto Gaúcho e a Depressão Central, conhecida como Rebordo do Planalto, onde o clima é do tipo Cfa de Köppen - clima subtropical, úmido sem estiagem. Durante o estudo foram identificados e coletados nove perfis de Neossolos, em cinco áreas (Figura 1), os quais foram utilizados para avaliar os contatos existentes entre solo, saprolito e rocha em material sedimentar. Foram coletadas amostras de solo e saprolito dos perfis estudados. Para a calibração das classes de intemperismo, foram utilizados, além dos nove perfis já mencionados, mais quinze perfis também coletados na região de entorno das cinco áreas da figura 1 (dados não mostrados), totalizando 58 camadas de Neossolos Regolíticos e Neossolos Litólicos. As classes de intemperismo associadas ao teste de escavação com a pá reta (Soil Survey Staff, 1993), ao teste de resistência a penetração e aos dados morfológicos dos perfis foram utilizadas para a determinação dos contatos existentes nos nove perfis (Quadro 1). Desta forma, “horizonte” C é definido pela presença de estrutura do solo, mesmo que incipiente, em material inconsolidado e, a “camada” Cr, quando se mantém a estrutura da rocha, mas pode ser escavada com a pá reta (Santos et al, 2005); quando o saprolito não pode ser escavado com a pá reta, mas difere da rocha não intemperizada (R), foram utilizadas as denominações RCr e CrR, conforme Embrapa (2006)
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