Abstract
Este artigo objetiva refletir sobre articulações entre as categorias mulher, feminismos, interseccionalidades, relações étnicos raciais e maternidade, compreendendo as múltiplas opressões vivenciadas por mulheres, especificamente, negras. Considera-se raça/etnia, gênero e classe social como eixos estruturantes que balizam as relações sociais no Brasil. Diante disso, construímos um diálogo contemporâneo e crítico entre e com categorias fundantes que perpassam uma perspectiva interseccional evidenciando as multiplas e complexas violências reproduzidas. Para tanto, em termos metodológicos, realizamos pesquisa exploratória, alicerçada no estudo bibliográfico com uma abordagem qualitativa.
Highlights
Dessa forma, destacamos que as reflexões acerca das interseccionalidades entre estes marcadores de diferenças a partir de estudos feministas e pós-coloniais contemporâneos, nos possibilitaram analisar as opressões, bem como as resistências
Este artigo configura-se, portanto, em tentativa de contribuir na problematização e compreensão de contextos de experiências de mulheres das e nas margens urbanas, produzidas nos diálogos críticos e plurais com os estudos feministas e pós coloniais, sob o enfoque das interseccionalidades
Summary
Para Bahri (2013), há múltiplas opressões sofridas pelas mulheres, principalmente, em se tratando de mulheres em situação de pobreza pluridimensional, moradoras das margens urbanas e não brancas, que possuem sua identidade moldada e marcada pela ideia de inferioridade atribuída à cultura africana e/ou afrodescendente nesta sociedade brasileira, ainda sob a matriz político-cultural hierárquico-conservador e autoritário (TELLES, 2010), na qual os machismos/sexismos e racismos entrelaçam-se e tendem a reforçar traços de colonialismos desigualdades e discriminações seletivamente (im)postos a determinados indivíduos e/ou grupos sociais. Consideramos urgente investir na construção de perspectivas teórico-metodológicas capazes de problematizar e apreender as dinâmicas e estruturas desta dominação/opressão, com vistas tanto ao deciframento do real, como à criação de caminhos de resistências e superação das desigualdades e das discriminações vivenciadas por mulheres/mulheres pobres, não brancas em seus territórios vividos nas particularidades brasileiras.
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