Abstract

Há pelo menos 20 anos, linguistas teóricos têm discutido a necessidade de haver uma interação entre as descobertas das pesquisas formais e o ensino de línguas (cf. MOURA NEVES, 2003; VIEIRA; BRANDÃO, 2007; OLIVEIRA; QUAREZEMIN, 2016; PILATI, 2017; MAIA, 2019; GUESSER; RECH, 2020, entre outros). Porém, ao analisarmos os materiais didáticos de ensino de português como língua primeira (PL1) e como segunda (PL2) (cf. CALINDRO, 2019; CALINDRO; RODRIGUES, 2021, no prelo), é notável que essa interface não tem sido bem sucedida. Ademais, os resultados que os estudantes brasileiros vêm obtendo em testes internacionais, como o Pisa, não têm sido satisfatórios. Os professores, por sua vez, têm um papel decisivo ao contribuir com as experiências e resultados de aprendizagem dos estudantes. Tendo isso em mente, conduzimos uma pesquisa e análise temática das perspectivas dos docentes (de PL1 e PL2) em relação ao ensino e aprendizagem de português na sala de aula, com foco nas necessidades pedagógicas dos professores, conhecimento do conteúdo, e avaliação dos materiais didáticos disponíveis no mercado. A pesquisa foi realizada através de um questionário que utilizou a escala Likert para medir a perspectiva dos professores. Através de uma primeira análise dos resultados, percebe-se que os professores têm consciência de alguns temas caros aos estudos linguísticos, como a importância de valorizar todas as variedades de uma língua. Porém, em outros aspectos, como a noção de gramática distinta da sua acepção como norma-padrão, já não parece ser tão clara aos participantes. Logo, este artigo traz contribuições importantes para a reflexão dos linguistas preocupados em divulgar os resultados de suas pesquisas de forma eficaz para que seus possam beneficiar tanto professores como alunos.

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