Abstract

A partir de um modelo baseado no uso, a Gramática Cognitiva, este artigo busca descrever e explicar a formação de palavras como “açaiteria”, “esmalteria” e “hamburgueria”, usadas na designação de estabelecimentos comerciais, no português brasileiro (PB). O modelo prevê que a aquisição de palavras pelo falante nativo inclui a depreensão dos esquemas por trás das palavras e permite tanto a identificação de outras palavras que compartilhem o mesmo esquema quanto o uso criativo do esquema. Assim, o esquema em questão nos parece ser [S + a/eria], e nossas hipóteses de trabalho são que (i) tal esquema foi depreendido de palavras mais antigas na língua, como “padaria”, “drogaria” e “lavanderia”; e (ii) a formação de palavras como “açaiteria”, “esmalteria” e “hamburgueria” pode ser considerada como evidência da produtividade do esquema. Adotamos a Gramática Cognitiva por ser o modelo da Linguística Cognitiva que mais se ocupa das relações entre léxico e gramática. Nossa conclusão é que o esquema [S + a/eria] é produtivo no PB, o que, nos termos da GC, um modelo baseado no uso, confere a tal esquema a condição de molde.

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