Abstract

O desafio de compreender o papel e o sentido das estratégias desenvolvidas pelo ISEB - Instituto Superior de Estudos Brasileiros, criado como órgão vinculado ao MEC em 1955, parte do entendimento das sociedades modernas como bloco histórico - a unidade diversa entre estrutura e superestrutura. No Brasil, os anos de 1950 foram palco de um gradual processo de consolidação do modelo econômico e concomitante processo de democratização e politização da sociedade civil que resultou na reconfiguração do papel do Estado capitalista brasileiro; o ISEB se constituiu parte dessas mudanças necessárias ao novo papel do Estado. Concebido como um núcleo de assessoramento estratégico, o ISEB resultou da iniciativa de um grupo de intelectuais, com significativa notoriedade e influência política, que colocou seus estudos acadêmicos a serviço da compreensão dos problemas brasileiros, tendo em vista as “[...] tarefas e matérias que o moderno Estado capitalista é incumbido de realizar.” (TOLEDO, 1997, p. 184). Mas a despeito de se constituir num centro de estudos dos problemas nacionais, os isebianos não tiveram voz ativa na máquina governamental; sua atuação se destacou no fomento e no desenvolvimento de estratégias educativas e formativas de natureza pós-universitária, voltadas à formação de intelectuais orgânicos disseminadores de determinado projeto de nação - o “nacional-desenvolvimentismo”. O objetivo do presente trabalho é compreender o papel do ISEB e o sentido do uso dessas estratégias educativas e formativas de natureza pós-universitária, seu legado acadêmico nas novas gerações de intelectuais e seu impacto político (in)direto nas novas formas de construção de entendimento e interpretação do Brasil.

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