Abstract

Este artigo foi originalmente publicado como introdução à nova edição revisada em português da obra clássica editada por A. N. Agarwala e S. P. Singh, A Economia do Subdesenvolvimento (Agarwala e Singh, 2010). O livro faz parte da série Desenvolvimento e Política Pública, publicada pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento. Ao longo do tempo, a introdução à nova edição se tornou uma importante referência na literatura nacional sobre desenvolvimento econômico, por representar um prefácio à leitura de obras clássicas sobre desenvolvimento econômico. O artigo se inicia com uma discussão sintética da ideia de desenvolvimento no pensamento econômico, tendo como pano de fundo os condicionantes históricos do surgimento da teoria do desenvolvimento na segunda metade do século XX. Em seguida, discute-se detalhadamente os conceitos e eixos analíticos principais obra, procurando apresentar como eles aparecem nas contribuições de cada um dos autores. Finalmente, o artigo lista sucintamente algumas críticas e importantes contribuições teóricas posteriores para situar a relevância atual da contribuição dos pioneiros do pensamento desenvolvimentista. Sua reprodução na integra é feita com permissão do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e da Editora Contraponto.

Highlights

  • This paper was originally published as an introduction to the new revised Portuguese edition of the classic work edited by Singh and Agarwala, A Economia do Subdesenvolvimento (Agarwala and Singh, 2010)

  • Sempre se deixam de fora textos de reconhecida importância na literatura econômica e se incluem outros que podem ser considerados, segundo alguns critérios, menos relevantes ou que o tempo não alçou à posição de clássicos

  • Esses novos modelos só oferecem uma tautologia: propõem que o ritmo de crescimento dos países se aproximará quanto mais semelhante forem os próprios países

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Summary

ELEMENTOS ANALÍTICOS CENTRAIS DA TEORIA DO DESENVOLVIMENTO O PAPEL DA POUPANÇA

Um ponto sobre o qual há pouquíssima divergência entre os principais formuladores da teoria do desenvolvimento — os autores presentes neste livro dão uma boa amostra disso — é a centralidade da questão da poupança. Bruton apresenta uma argumentação que sintetiza de forma precisa a necessidade de industrialização, com mudança da estrutura produtiva e da pauta de comércio exterior para garantir o desenvolvimento econômico: Uma renda crescente de “S” [isto é, um país subdesenvolvido] que resultasse em poupança maior não seria condição suficiente para superar esse problema [isto é, a necessidade crescente de importação de bens de capital]. Mais importante é a existência de três indivisibilidades que dão origem a economias externas: (a) do lado da oferta, indivisibilidades da função de produção, particularmente do capital social; este deve preceder o investimento produtivo, criando necessariamente capacidade ociosa; (b) indivisibilidades da demanda, ligada à ideia de que as decisões de investimento são interdependentes, o que traz um risco para um investidor individual; nesse ponto, Rosenstein-Rodan cita o exemplo da fábrica de sapatos que não pode gerar sozinha um mercado consumidor; (c) indivisibilidades na oferta de poupança. O papel dos retornos crescentes como motor de processos cumulativos, presentes em Rosenstein-Rodan, Nurkse e Hirschman (especialmente aqueles internos à firma), foi ressaltado também por Myrdal (1957), que elevou a causalidade cumulativa à categoria de método analítico para as ciências humanas e sociais

CONTRARREVOLUÇÃO NEOCLÁSSICA E A FORMALIZAÇÃO DOS RETORNOS CRESCENTES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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