Abstract
Este trabalho tem como objetivo testar a influência do calendário eleitoral (ciclos políticos) sobre o mercado brasileiro de ações. As variáveis dependentes são o risco e o retorno nominais e reais e os ativos selecionados foram Ibovespa, Petr4 (Petrobrás) e Elet6 (Eletrobrás), em dados diários do período entre 1995 e 2010. O método utilizado foi o MQO com variáveis dummy - para captar os efeitos imediatos do calendário eleitoral e diferenças atribuíveis ao presidente no poder, e tendências de tempo - para captar variações ao longo dos mandatos. Os principais resultados são: durante o governo FHC os ativos em estudo apresentaram maior volatilidade que durante o governo Lula; os ativos das duas estatais são mais sensíveis às influências geradas pelas variáveis políticas dos modelos; o mercado reage ao resultado, ou provável resultado, das eleições de maneira imediata e não de forma gradativa ao longo dos mandatos. Os resultados indicam, de forma geral, que os ciclos políticos influenciam o risco e o retorno do mercado brasileiro de ações.
Highlights
This study aims to test the influence of political cycles in the Brazilian stock market
Admite-se a hipótese de que o mercado de ações seja influenciado por motivos compatíveis com a visão de que políticos respondem a incentivos
O emprego da metodologia proposta para testar a existência de Ciclo para o Ibovespa apresenta evidências de que os retornos tanto nominais quanto reais não são influenciados pelo presidente que está no poder, pois em todos os modelos os coeficientes das dummies Presd não foram estatisticamente significativos
Summary
A literatura sobre ciclos político-econômicos, iniciada nos anos 50, atualmente é uma das agendas de pesquisa mais bem estabelecidas na Economia conforme pode ser visto em Snowdon & Vane (2005, pág. 517) ou Drazen (2000, pág. 228). Os modelos Partidários também são baseados no trade-off inflação-desemprego, no entanto, tomam como decisivas as ideologias e metas dos partidos políticos. 1.841), que testam se há diferenças significativas no risco e retorno de ações e portfólios devido a frente partidária no poder – Republicanos ou Democratas. O início e o fim dos mandatos de primeiro ministro foram usados como critério para formação de subamostras, o que permite a comparação do desempenho do mercado entre períodos com ministros diferentes no poder. Outras subamostras foram formadas agrupando-se as observações de acordo com a frente partidária que estava no poder, o que possibilitou testar os ciclos políticos segundo o enfoque partidário. Há indícios de que a ideologia do partido não influenciou significativamente o retorno do mercado, porém, influenciou positivamente as volatilidades durante os governos trabalhistas. Tal resultado leva a alguns questionamentos relevantes: Onde estaria a exigência de prêmios de risco pelos investidores, uma vez que os retornos foram estatisticamente iguais? Ineficiências de mercado podem realmente explicar tal fato? (essa é uma das suposições do autor)
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