Abstract
<p>O artigo discute a questão da liberdade humana a partir de relevantes princípios da fé cristã numa época de vulnerabilidade antropológica, sobretudo na realidade latino-americana. Sustenta-se que o Cristianismo deve insistir em sua proposta de construção da fraternidade universal, apesar dos cenários marcados pelo egoísmo, reforçado pela exacerbação do poder e do dinheiro. Esta abordagem pressupõe a radical condição de ouvinte do mistério divino, revelado em Jesus Cristo, como caminho de plenitude da condição humana. A estrutura teórica da Teologia da Libertação, na visão de Juan Luis Segundo, em sua vasta tradição de defesa de uma fé que seja transformadora das realidades de injustiça, será o ponto de apoio para o presente texto. Será também objetivo mostrar que a salvação cristã necessariamente implica a <em>kênosis</em> de Jesus, isto é, Cristo “esvaziou em si mesmo” (Fl 2, 7), e em seu humilde despojamento, rompeu com os sistemas fechados do mundo, promovendo a inédita aventura de uma liberdade libertada: o amor ágape. Conclui-se que a práxis cristã pode ser entendida como cuidado cotidiano para com os mais pobres e profecia do perdão enquanto resgate da memória das vítimas de toda forma humana egoísta.<strong></strong></p>
Highlights
The paper aims to reflect the issue of human freedom based on the underlying principles of the Christian faith in a time of anthropological vulnerability, especially in Latin American
No contexto latino-americano, em aproximadamente cinco séculos, a evangelização conviveu com massas de pessoas exploradas como os índios e os escravos
A Igreja com sua larga tradição de beleza seja na música, na poesia, pode e deve incentivar esse sujeito a recriar suas relações, compondo sobretudo comunidades afetivas e efetivas na vivência do amor ao próximo, realidade que traz consigo não somente a dimensão do compromisso, mas da festa enquanto antecipação da alegria do Reino de Deus
Summary
No contexto latino-americano, em aproximadamente cinco séculos, a evangelização conviveu com massas de pessoas exploradas como os índios e os escravos. Assim fica explicitada a circularidade entre libertação, que Deus mostra em Jesus Cristo, na sua opção pelos pobres, e a liberdade que concede ao homem para continuar atuando nessa mesma história em favor das situações menos favorecidas. De modo que a liberdade humana já não pode mais “definir-se, como no modelo ilustrado, somente a partir dos direitos individuais e sociais como autoafirmação egoísta sem relação com os outros, senão que será preciso postular uma codificação ético-jurídica em chave kenótica de doação Falar de liberdade cristã pós-moderna sem abordar com coragem esse vazio produzido pela violência em relação às vítimas, que lança perguntas importantes a todas as religiões e que, em Cristo Jesus, se revela e oculta como perdão incondicional, que redime a todos, seria cair na inércia de uma religiosidade que não leva ainda a sério o que é próprio da religião cristã. De outro modo, terá a triste sorte de estar entre “as religiões idolátricas, as que usam o nome de Deus para legitimar a opressão, a morte dos pobres, a exigência de sofrimento e sacrifícios dos pobres para o bem do reino e da nação...” (SUNG, 1992, p. 22)
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