Abstract

Este trabalho analisa, com base no aparato teórico-metodológico da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), a estrutura composicional e o funcionamento discursivo da forma perifrástica ainda assim no português contemporâneo. A partir do mapeamento de propriedades funcionais e formais, defende-se que ainda assim corresponde a uma forma semifixa de estatuto lexical e que subjazem a seu uso duas propriedades discursivo-pragmáticas: a sequenciação retroativo-propulsora (TAVARES, 1999; 2000) e a marcação de adversidade (SCHWENTER, 2000). Isso faz com que, na GDF, represente-se ainda assim como um modificador adversativo de estrutura interna complexa (XXXX, YYYY) do Nível Interpessoal, codificado, no Nível Morfossintático, por um padrão semifixo (KEIZER, 2013). Tais considerações analíticas implicam algumas revisões no modelo da GDF, principalmente no tocante à representação da gradualidade na emergência de formas perifrásticas via lexicalização (BRINTON; TRAUGOTT, 2005).

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