Abstract
Inquietações a respeito do papel da imagem na sociedade atual e a observação de sua preponderância nas relações entre os indivíduos são o ponto de partida para uma reflexão sobre a relação de pessoas cegas com a fotografia. Como uma imagem gerada por um fotógrafo cego se insere no mundo imagético contemporâneo? Neste artigo analiso o catálogo da exposição “Sight Unseen”, que exibiu o trabalho de doze fotógrafos cegos. Procuro compreender como as imagens são apresentadas e os argumentos envolvidos na contextualização do trabalho artístico. Avalio de que forma as obras mobilizam as noções de visão e de olhar que permeiam o universo da imagem e que desestabilizações são levantadas em torno destes conceitos. Finalmente, reflito sobre o que as imagens geradas por fotógrafos cegos podem nos ensinar sobre a visualidade e a variabilidade das formas de ver.
Highlights
In this article I analyze the catalog of the exhibition “Sight Unseen”, which presented the work of twelve blind photographers
I evaluate how their works mobilize the notions of sight and gaze that permeate the universe of the image and what kind of destabilization are raised around these concepts
I reflect on what the images generated by blind photographers teach us about visuality and our ways of seeing
Summary
Resumo: Inquietações a respeito do papel da imagem na sociedade atual e a observação de sua preponderância nas relações entre os indivíduos são o ponto de partida para uma reflexão sobre a relação de pessoas cegas com a fotografia. Como uma imagem gerada por um fotógrafo cego se insere no mundo imagético contemporâneo? Neste artigo analiso o catálogo da exposição “Sight Unseen”, que exibiu o trabalho de doze fotógrafos cegos. Procuro compreender como as imagens são apresentadas e os argumentos envolvidos na contextualização do trabalho artístico. Avalio de que forma as obras mobilizam as noções de visão e de olhar que permeiam o universo da imagem e que desestabilizações são levantadas em torno destes conceitos. Finalmente, reflito sobre o que as imagens geradas por fotógrafos cegos podem nos ensinar sobre a visualidade e a variabilidade das formas de ver.
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