Abstract

O artigo apresenta a experiência do município de Santo André/SP com a formação de professoras(es) para as questões de gênero, como parte da estratégia de enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio. Parte do pressuposto de que o fenômeno da violência doméstica é resultado de um longo processo histórico marcado pelo patriarcado. O trabalho foi desenvolvido pela Secretaria de Políticas para Mulheres de Santo André em parceria com a Secretaria de Educação, através da adesão à campanha “Quem Ama Abraça, fazendo escola”. Dentre as ações, foi realizado curso de extensão universitária com estágio em vários equipamentos de atendimento à mulher vítima de violência. O referencial teórico contou com os estudos feministas e de gênero. Os resultados demonstram que, no período de realização da campanha, o Centro de Referência da Mulher de Santo André registrou aumento no número de atendimentos às mulheres, que procuravam orientações para sair do ciclo da violência e/ou solicitavam abrigo e medidas protetivas. Nas escolas observou-se discussões mais sistemáticas sobre a temática, em que os estereótipos de gênero e as práticas sexistas foram problematizadas. Conclui que é urgente criar, nas escolas, espaços de reflexão como forma de enfrentamento dessa violência que machuca e deixa marcas em crianças, jovens e adultas(os).
 Recebido em: 14/05/2019Aprovado em: 20/07/2019

Highlights

  • Acerca do conceito de sexualidadeO termo sexualidade surgiu no século XIX, marcando algo diferente do que apenas um remanejamento de vocabulário

  • O tema da sexualidade está na “ordem do dia” da escola

  • Os programas de orientação sexual devem ser organizados em torno de três eixos norteadores: “Corpo: matriz da sexualidade”, “Relações de gênero” e “Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS”

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Summary

Acerca do conceito de sexualidade

O termo sexualidade surgiu no século XIX, marcando algo diferente do que apenas um remanejamento de vocabulário. A sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico: não a uma realidade subterrânea que se apreende com dificuldade, mas à grande rede da superfície em que a estimulação dos corpos, a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação do conhecimento, o reforço dos controles e das resistências, encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e de poder.[7]. A partir do século XVII, formou-se uma aparelhagem para a produção de discursos sobre o sexo, a qual, baseada na técnica da confissão, possibilitou a constituição do sexo como objeto de verdade. A confissão difundiu amplamente seus efeitos –entre outros, na pedagogia – e, através de dispositivos que passaram a produzir discursos verdadeiros sobre o sexo, pôde aparecer algo como a sexualidade, enquanto verdade do sexo e de seus prazeres. A sexualidade foi esmiuçada e tornou-se chave da individualidade, dando acesso à vida do corpo e à vida da espécie, permitindo o exercício de um biopoder sobre a população

Orientação sexual nos currículos escolares
Orientação sexual como tema transversal
Concepção de sexualidade nos PCNs
Explosão discursiva sobre a sexualidade
Orientação sexual na Educação Física

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