Abstract

O Facebook coproduz e distribui conteúdos falsos sendo parte essencial do ecossistema de desinformação sobre a Covid-19. Este artigo analisa 103 checagens sobre a Covid-19 publicadas pelas agências Aos Fatos e Lupa entre 24 de janeiro e 31 de março de 2020. Os 109 conteúdos falsos verificados nesses textos também foram analisados. A partir da ideia de “cadeias de referências”, proposta por Bruno Latour, o artigo relaciona as formas do fazer jornalístico com aquelas do fato científico. O argumento é que as cadeias de desinformação – fake news – buscam simular as cadeias de referência do jornalismo, parecendo verdadeiras (modo REF), mas funcionando sob um modo religioso (modo REL). Conteúdos falsos e checagens distinguem-se especificamente pela forma de adesão a esses modos. No caso das fake news, as características do Facebook – remoção de metadados de imagens, forma de apresentação de compartilhamentos etc. - corroboram argumentos falsos, sendo eficazes na geração de adesão identitária ao conteúdo inverídico. Palavras-chave: Fake news. Checagem de fatos. Cadeias de referência. Facebook. Covid-19.

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