Abstract

Cassandra, a vidente desacreditada amaldiçoada por Apolo, entoa uma canção báquica em meio à ambiência fúnebre de As Troianas (c. 415 a.C.) de Eurípides (c. 484 – 406 a.C). O presente artigo apresenta análise da representação de uma canção nupcial, um himeneu, na tragédia As Troianas de Eurípides, entoada pela filha de Príamo, no primeiro Episódio da peça. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujo objetivo é analisar aspectos literários da canção solo, monodia, de Cassandra. Para isso, em um primeiro momento recupera-se a trajetória do mito desde o período homérico até o clássico, partindo-se da tradução do texto grego original que compõe a canção. Na segunda etapa do artigo, discute-se aspectos musicais da obra euripideana e examina-se com vagar a forma e o conteúdo da canção apresentada pela personagem. Nesse caminho, iremos problematiza-se as relações entre o formato de texto escolhido pelo poeta e os significados produzidos a partir de sua presença em uma tragédia. Aponta-se como hipótese inicial que a opção por um gênero poético festivo em meio à ambiência de pesar predominante na peça se deve a característica insanidade, mania, atribuída à Cassandra. Como resultado de da investigação, reconhece-se um ponto de contato entre a ideia de casamento e a ideia de morte, como elemento de autocaracterização da personagem feminina em Eurípides.

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