Abstract

Publicada em 1902, a obra Os sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da reflexão e interpretação da realidade brasileira e, por extensão, ensejou o desenvolvimento de uma extensa fortuna crítica e analítica. O objetivo desse artigo é sugerir, pois, uma chave de leitura adicional que consiste em refletir sobre a produção euclidiana a partir do recurso narrativo da cor local. Embora amiúde associada à questão da construção da nacionalidade, o mecanismo da cor local dispõe igualmente de outras implicações e efeitos textuais que dizem respeito à dimensão imagética da narrativa. A partir dos critérios da nacionalidade e da visibilidade textual, procura-se investigar não somente a produção de Euclides, mas também parte de sua fortuna crítica ao longo do século XX. Como hipótese, então, sugere-se que a cor local é parte constitutiva do campo discursivo que compreende não somente a escrita euclidiana, mas também é perceptível nas avaliações de seus comentadores. Por sua vez, a presença do critério da cor local permite sugerir a importância do investimento imagético na prosa do autor e identificar um topos específico na fortuna crítica relativa à produção euclidiana.

Highlights

  • Resumo: Publicada em 1902, a obra Os sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da reflexão e interpretação da realidade brasileira e, por extensão, ensejou o desenvolvimento de uma extensa fortuna crítica e analítica.

  • Esta abordagem da obra de Euclides procurou, em resumo, sugerir que o escritor fluminense opera com a retórica pictórica e considera o critério da cor local como fundamental para a elaboração de sua produção intelectual.

  • Contudo, o foco da abordagem é deslocado da produção para a recepção da obra euclidiana, seria possível identificar, acredito, não apenas a demanda pelo investimento nacional, mas ainda outra implicação do emprego da cor local, o investimento no caráter imagético da narrativa.

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Summary

Introduction

Resumo: Publicada em 1902, a obra Os sertões, de Euclides da Cunha, tornou-se um clássico da reflexão e interpretação da realidade brasileira e, por extensão, ensejou o desenvolvimento de uma extensa fortuna crítica e analítica. Esta abordagem da obra de Euclides procurou, em resumo, sugerir que o escritor fluminense opera com a retórica pictórica e considera o critério da cor local como fundamental para a elaboração de sua produção intelectual.

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