Abstract

A integracao regional flutua no plano das ideias entre Bolivar e Monroe. Com aproximacoes e rupturas, a concretizacao da cooperacao ocorre dentro das margens concedidas pela economia politica liberal, o chao dos processos integracionistas. Dentro dessa dinâmica, a politica externa brasileira sofreu atualmente mais uma brusca correcao de rumos. De 2016 em diante a preocupacao da chancelaria brasileira foi desfazer a anterior. A ruptura evidencia o resgate de uma postura de alinhamento automatico, associativa as grandes potencias ocidentais, como os Estados Unidos e sua esfera de aliados, em detrimento da autonomia e pragmatismo de outrora. Novos foros de integracao emergem, como o ProSul, enquanto outros decaem, como a UNASUL, e outros sao redirecionados, como o MERCOSUL. A mudanca ocorre em um contexto internacional de crise economica e de um nitido acirramento das tensoes geopoliticas em torno da disputa pela hegemonia. Em funcao disso, este artigo tem dois objetivos: um mais amplo, que e alicercar a politica externa brasileira ao panorama atual do capitalismo, aquele do pos-Guerra Fria, o do pos-fordismo, e dentro desse universo, um mais especifico, o de apontar as transformacoes ocorridas em termos de integracao regional (grande questao do pos-1991). Por meio da ferramenta da teoria materialista do Estado e que se pretende dissipar as aparencias para se chegar a essencia do fenomeno da politica externa para integracao regional no capitalismo.

Highlights

  • A integração regional flutua no plano das ideias entre Bolívar e Monroe

  • Regional integration fluctuates in terms of ideas between Bolívar and Monroe.With rapprochements and ruptures, cooperation occurs within the margins provided by the liberal political economy, the ground of integrationist processes

  • This article has two objectives: a broader one, which is to relate Brazilian foreign policy to the current panorama of capitalism, and a more specific one, within this scope, to point out the transformations that have occurred in terms of regional integration since 1991

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Summary

INTRODUÇÃO

Pelo viés científico das relações internacionais, demanda precisão teórica e demarcação temporal e espacial para que não nos percamos em retrocessos ad infinitum. O fundamental para este artigo é demarcar o tempo e o espaço da integração regional na América do Sul como um fenômeno próprio de um sistema de Estados, o qual se concretiza a partir da chegada das relações de produção capitalistas nos Estados-nação da região, ou seja, quando o capitalismo se torna o modo de produção predominante nessas localidades e, consequentemente, em todo o mundo. Como o nosso foco é o Brasil, terão relevo as iniciativas de integração regional tanto econômicas quanto políticas nas quais o país se engajou, sendo o tempo o pós-1945 e o espaço a América do Sul. Cabe, aqui, traçar uma linha que costura o histórico da integração regional até chegarmos aos dias atuais e, naturalmente, à mais recente guinada da política exterior para o continente. Na última seção é dada maior atenção às observações e aos comentários sobre o PROSUL, o Grupo de Lima e a política externa brasileira atual, sua confrontação à UNASUL e à política externa regional de governos anteriores

A INTEGRAÇÃO REGIONAL NO PÓS-1945
A INTEGRAÇÃO REGIONAL LATINO-AMERICANA NO FORDISMO
A INTEGRAÇÃO REGIONAL PÓS-1991
A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA NO PÓS-FORDISMO
CONCLUSÃO
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