Abstract

O presente artigo tem por objetivo discutir a relação entre cultura e educação em Friedrich Nietzsche, filósofo conhecido pelo caráter intempestivo de seus escritos e profundo crítico de sua época. Sua abordagem da questão da educação é, na verdade, um profundo questionamento da própria função e propósito da prática educativa, que ele diagnosticou como estando, já em sua época, cada vez mais submissa e atrelada aos interesses de uma economia de mercado, mero adestramento e preparação para o mercado de trabalho, uma vez que seu discurso se constrói com base em uma visão extremamente crítica ao surgimento do ensino profissionalizante, naquele período, na Alemanha.

Highlights

  • Luciana da Costa Dias*O presente artigo tem por objetivo discutir a relação entre cultura e educação em Friedrich Nietzsche, filósofo conhecido pelo caráter intempestivo de seus escritos e profundo crítico de sua época

  • Sua abordagem da questão da educação é, na verdade, um profundo questionamento da própria função e propósito da prática educativa, que ele diagnosticou como estando, já em sua época, cada vez mais submissa e atrelada aos interesses de uma economia de mercado, mero adestramento e preparação para o mercado de trabalho, uma vez que seu discurso se constrói com base em uma visão extremamente crítica ao surgimento do ensino profissionalizante, naquele período, na Alemanha

  • Tem-se que a abordagem da questão da educação é, na verdade, um profundo questionamento da própria função e do propósito da prática educativa, que Nietzsche diagnosticou como estando, já em sua época, cada vez mais submissa e atrelada aos interesses de uma economia de mercado, mero adestramento e preparação para o mercado de trabalho, uma vez que seu discurso se constrói com base em uma visão extremamente crítica ao surgimento do ensino profissionalizante na Alemanha do período

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Summary

Luciana da Costa Dias*

O presente artigo tem por objetivo discutir a relação entre cultura e educação em Friedrich Nietzsche, filósofo conhecido pelo caráter intempestivo de seus escritos e profundo crítico de sua época. 2016 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep ESPAÇO PEDAGÓGICO desenvolvam suas potencialidades, algo que não pode ser alcançado nem por meio da erudição microscópica do especialista nem atrelado à pura formação de “profissionais” para meramente disputarem uma vaga no mercado de trabalho. Acredito que já se pode antever uma prévia de temas que depois o autor abordaria na fase final de seu pensamento, como a crítica aos valores do ocidente por seu caráter “fraco”, que aparecerá em livros como Para além do bem e do mal ([1886] 2005) e Genealogia da moral ([1887] 1998), e, ainda mais longe, a crítica ao niilismo como descaminho da cultura ocidental, que se torna ainda mais forte não só em Assim falava Zaratustra ([1885] 1981), mas também no Crepúsculo dos ídolos ([1888] 2006). Por isso a exacerbação da necessidade de um mestre neste ensaio, colocado por Nietzsche então, em seu caso pessoal, na figura de Schopenhauer

Schopenhauer educador
Considerações finais
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