Abstract
No início do século XXI, com o Financial Education Project, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e coordenado pela Comissão de Mercados Financeiros e de Seguros e pela Comissão de Pensões Privadas, o interesse em educar financeiramente os indivíduos foi ganhando espaço em diversas esferas da sociedade, chegando no Brasil, com mais impacto, no ano de 2010. Mais recentemente, por meio de reformas curriculares, como a homologação da Base Nacional Comum Curricular, em 2018, a Educação Financeira ganha destaque no ambiente escolar, tornando-se, em especial, um tópico a ser inserido nos Livros Didáticos brasileiros. A fim de compreender quais discursos são produzidos e perpetuados em situações matemáticas, a partir de compreensões de Educação Financeira produzidas no âmbito da Educação Matemática, este artigo se preocupa em analisar uma coleção de Livros Didáticos de Matemática, aprovada no Programa Nacional do Material e do Livro Didático de 2020, referente aos Anos Finais do Ensino Fundamental. Para dar conta desse propósito, propomos transformar alguns exercícios matemáticos em potentes cenários reflexivos. Apoiados em uma abordagem qualitativa e assumindo as preocupações da Educação Financeira em uma perspectiva crítica, identificamos que o discurso predominante nos Livros Didáticos reforça a lógica neoliberal e que os episódios nos quais a Educação Financeira pode ser enxergada, frequentemente, estão reduzidos a conceitos da Matemática Financeira. No entanto, entendemos que tais episódios podem ser transformados em ambientes reflexivos, os quais, por sua vez, podem contribuir para uma formação mais crítica de nossos estudantes dos Anos Finai do Ensino Fundamental.
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