Abstract

Trata-se aqui de analisar a presença de personagens literárias de outros escritores que não Eça de Queirós, nas suas ficções. É nesse sentido que a personagem se faz ficção, envolvendo-se com frequência, nessa presença, ponderações metaficcionais. Assim, o próprio conceito de personagem é objeto de atenção, tanto por parte dos narradores dos relatos queirosianos, como até comparecendo no discurso das figuras que Eça concebeu e a que por vezes deu o estatuto de escritores. Por outro lado, as personagens de ficções alheias trazem às de Eça procedimentos de identificação (p. ex., o chamado bovarismo), determinados pela circulação daquelas personagens no imaginário cultural representado nos romances. O mesmo acontece, em termos mais alargados, com figuras mitológicas ou bíblicas, em representações iconográficas de diversa feição. De um modo geral, as questões aqui abordadas dizem respeito ao tema da sobrevida da personagem e à função desempenhada pela metalepse na construção de universos de ficção, incluindo nessa construção a refiguração de figuras ficcionais.

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