Abstract

O uso da noção de instituição ficou cada vez mais recorrente nos últimos anos, especialmente nos estudos nas áreas da economia e do desenvolvimento. Apesar disso, são limitadas as pesquisas que trazem as contribuições da Original Institutional Economics (OIE) e de Thorstein Veblen, particularmente sobre o elemento evolucionário das instituições. Nesse âmbito, tais investigações carecem da compreensão sobre os seus caminhos analítico-metodológicos, que são fundamentados em elementos interdisciplinares. Assim, o presente artigo tem como principal objetivo discutir sobre os pressupostos teórico-analíticos da economia institucional Vebleniana e apresentar algumas possibilidades metodológicas para as pesquisas que objetivam entender as mudanças institucionais. Os principais conceitos que a literatura contemporânea produziu, centrada principalmente nas várias contribuições de Geoffrey Hodgson, gravitam em torno dos conceitos de reconstitutive downward causation ou effects e de cumulatividade, que, de maneira interativa com os indivíduos produzem um novo nexo micro-macro, ou na relação agente-estrutura. A noção de redes sociais e o entendimento de que as instituições “funcionam” em multiníveis fornecem subsídios para uma complementação teórico-analítica da economia institucional de Veblen. Porém, a proposta de construção de uma nova ontologia sobre a dinâmica e a natureza do processo de desenvolvimento está em fase inicial. Nesse processo, que pode ser configurado como uma “análise institucional contemporânea”, conduz os pesquisadores à realização de recortes analíticos: sustentados pela combinação de técnicas qualitativas e quantitativas, na busca de captar a heterogeneidade e dinâmica dos hábitos coletivos.

Highlights

  • In the last years, the notion “institution” has been increased in the economic and development researches

  • El entendimiento de que las instituciones operan en multinivel, cuyas mudanzas son facilitadas por las interacciones sociales en red, puede ser un camino para explicar las transformaciones en reglas, especialmente en la realidad de la agricultura familiar y producción artesanal de alimentos

  • A crítica ao mainstream não torna o institucionalismo necessariamente inapto à construção de modelos e de fazer previsões, mas o faz levando em conta a persistência dos hábitos, o lock-in e os mecanismos de self-reinforcement, que implicam em análises tanto quantitativas quanto qualitativas, cujos pontos serão mais bem discutidos nas próximas sessões

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Summary

INTRODUÇÃO

O uso da noção de instituição ficou cada vez mais recorrente nos últimos anos, especialmente nos estudos nas áreas da economia e do desenvolvimento. O receituário conceitual e metodológico da NEI, mesmo trazendo novidades, não inclui elementos capazes de explicar as diferenças nos resultados de desenvolvimento econômico, que diferem segundo as características sociais e culturais das regiões. A noção de instituição - até então percebida como sinônimo e certeza de “eficiência” – especialmente pelos escritos da NEI – tornou-se insuficiente para explicar as formas heterogêneas de desenvolvimento dos países e das regiões. O presente artigo tem como principal objetivo avançar nas discussões em torno da economia institucional vebleniana, relacionando-a com os seus pressupostos teórico-analíticos e, ainda, apresentando algumas possibilidades metodológicas para as pesquisas na área do desenvolvimento. Serão apresentadas algumas ideias de combinação entre a Velha Economia Institucional e outras noções interdisciplinares, discutindo também propostas de métodos para pesquisa na temática das instituições.

NÃO HÁ UMA ÚNICA “INSTITUIÇÃO”: A HETEROGENEIDADE INSTITUCIONAL VEBLENIANA
A relação indivíduo-instituição
Um novo nexo metodológico: dos hábitos às instituições
OS INDIVÍDUOS E AS INSTITUIÇÕES: A INTERPRETAÇÃO RELACIONAL E COLETIVA
Os múltiplos níveis das instituições
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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