Abstract

Este texto se debruça sobre a obra Diagnósticos (2016), dos argentinos Diego Agrimbau e Lucas Varela. A obra reúne um conjunto de seis contos independentes sobre variados distúrbios psicológicos, tais como a claustrofobia ou a sinestesia. No decorrer do artigo, busca-se analisar como os elementos fundamentais na composição dos quadrinhos são utilizados intencionalmente para simular os efeitos de cada uma das enfermidades que protagonizam os contos. Aspectos como a composição do quadro, as relações entre a palavra e a imagem, o uso dos balões ou a noção de movimento são analisados de maneira que se compreendem não apenas os elementos constituintes das narrativas gráficas, mas também os recursos utilizados para potencializar cada trama e reforçar a representação dos distúrbios psicológicos que nelas figuram. Para isso, as análises dialogam com olhares de outros estudiosos dos quadrinhos e da relação texto-imagem, tais como Will Eisner (1999; 2008), precursor dos estudos sobre as narrativas gráficas, Laura Vazquez (2012), Jacques Rancière (2012) e Sophie Van der Linden (2011).

Highlights

  • Abstract: this paper dwells on the work Diagnósticos (2016), by the Argentines Diego Agrimbau and Lucas Varela

  • The work gathers a collection of six independent short stories about diverse psychological disorders, such as claustrophobia or synaesthesia

  • We seek to analyze how the fundamental elements in the composition of the comics are intentionally used to simulate the effects of each disease featured in the story

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Summary

A linguagem pictórica

A imagem é o elemento primordial para a execução da trama. No entanto, os quadrinhos foram, por muito tempo, marginalizados graças à concepção de que a linguagem pictórica seria inferior à linguagem verbal, posto que a narrativa em imagens “traduziria” as palavras e eliminaria o componente imaginativo necessário ao ato de leitura. Esta dicotomia comumente abordada entre o código visual e o verbal se anula completamente na última sequência de contos da obra, Prosopagnosia, disfunção na qual o paciente é incapaz de reconhecer a identidade por trás de um rosto Ao invés de representarem as expressões de cada rosto, as imagens estão carregadas de um caráter lacunar; enquanto isso, os personagens vivenciam as mais incômodas situações por não saberem o que se passa nas expressões de seus conhecidos. É um momento no qual a consciência está suspensa, incapaz de discernir não somente uma forma unificada no objeto, mas também as implicações mais amplas que esta suspensão terá para as leis do mundo em questão. Este estado mental inspira o sentido do tabu, de objetos e seres marginais que desafiam a classificação porque desfazem os limites naturais em seu próprio ser

O código verbal
A perspectiva
O enquadramento
Os balões
A materialidade da obra
Considerações finais
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