Abstract

As universidades e instituições de pesquisa, são parte importante do sistema nacional de inovação, pois dão suporte às firmas, na construção de suas capacidades tecnológicas. Neste artigo, busco mostrar a evolução recente das interações entre essas instituições e a indústria no Brasil, através dos dados da PINTEC. Os dados mostram que o cenário enunciado pela literatura, se perpetua, onde há uma participação muito baixa dessas instituições no desenvolvimento tecnológico recente do país (menos de 3% das firmas inovadoras responderam que colaboraram com universidades). Por isso, discuto fatores que limitam essa cooperação e proponho algumas soluções. Dentre esses fatores temos: as políticas macroeconômicas, que tem afetado negativamente o desenvolvimento tecnológico e industrial do país; a falta de “diversidade” e uma visão de longo prazo nas políticas de CT&I atuais; a alocação de profissionais pós-graduados na economia; e a exclusão de grande parte da população à educação superior.

Highlights

  • Faria evolution of interactions between these institutions and the industry in Brazil, based on the data from Industrial Research on Technological Innovation (PINTEC)

  • De forma complementar à análise de Rapini (2018), conclui-se que as soluções para esses problemas também devem envolver: 1) a expansão do acesso ao ensino superior; 2) a diversificação das políticas de CT&I; e 3) a retomada do nível de investimento produtivo na economia

  • À vista disso, faz-se necessário no longo prazo não apenas políticas públicas que alterem os incentivos para os estudantes, de forma a moldar uma melhor distribuição nas áreas científicas, como proposto por Rapini (2018), mas também políticas de melhorias da educação básica que ampliem o acesso ao ensino superior e, consequentemente, a participação da população nos desafios tecnológicos do país

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Summary

BASE DE DADOS

Neste artigo utiliza-se a Pesquisa de Inovação (PINTEC), classificada por atividades econômicas (CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que é realizada a cada 3 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso a heterogeneidade da base tecnológica e o processo histórico do país são apontados como os principais motivos pelos quais a cooperação entre U-I não é comum no Brasil (SILVA; FURTADO; VONORTAS, 2018). Por meio da evolução apresentada pelos dados da PINTEC, é possível compreender que essas relações vêm se intensificando no Brasil, onde as firmas estão cada vez mais próximas de seus clientes, como acontece com as redes sociais. Há uma grande tendência para as Humanidades e Ciências Sociais no total de concluintes de graduações, onde áreas mais requisitadas para os desafios técnicos das empresas, como engenharias, Ciências Exatas e Ciências da Computação, responderam juntas por apenas 14,5% dos concluintes no ano de 2015 (RAPINI, 2018). De forma complementar à análise de Rapini (2018), conclui-se que as soluções para esses problemas também devem envolver: 1) a expansão do acesso ao ensino superior; 2) a diversificação das políticas de CT&I; e 3) a retomada do nível de investimento produtivo na economia

CAPITAL HUMANO E CENÁRIO DA EDUCAÇÃO NO PAÍS
Findings
CENÁRIO ECONÔMICO
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