Abstract

Diante da crise ecológica e climática mundial, apresentam-se reiteradamente, no âmbito internacional, políticas voltadas à promoção de cidades compactas. Estas, segundo tais políticas, trariam ganhos socioambientais, como a diminuição das emissões de gases do efeito estufa pela redução nos deslocamentos motorizados. Tais consensos, no entanto, acabam por obscurecer as lógicas de produção do espaço e os interesses contraditórios que envolvem o adensamento, sobretudo em termos de intensificação da produção imobiliária, a qual não se encontra diretamente associada à democratização de territórios dotados de infraestrutura adequada. A partir do quadro exposto, o texto problematiza a concepção dominante de cidade compacta sob a perspectiva das lógicas contemporâneas de produção do espaço, iluminando as contradições que envolvem a centralidade do imobiliário em um contexto neoliberal. Adotamos como perspectiva uma abordagem dialética, buscando apreender a realidade a partir da análise de suas contradições. Além de revisão da literatura e documental, o caso de São Paulo é mobilizado como experiência empírica, na qual a adoção de políticas de adensamento se mostra insuficiente na resolução dos problemas socioambientais.

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