Abstract
É comumente dito que a lógica aristotélica é incompatível com a lógica clássica, e o motivo para tal é o modo com o qual a lógica aristotélica lida com o conteúdo existencial de suas proposições. Segundo a posição padrão, Aristóteles pressupõe que todas as proposições categoriais têm conteúdo existencial e, sem tal pressuposto, a lógica aristotélica seria inconsistente. O objetivo deste artigo é mostrar, a partir da análise dos textos de Aristóteles, que esta tese é falsa. Argumentaremos que Aristóteles reconhecia a possibilidade de proposições categóricas com termos vazios, e que isso não afeta a consistência interna da lógica aristotélica. Por fim, mostraremos que, ainda assim, a lógica aristotélica continua sendo incompatível com a lógica clássica.
Highlights
It is commonly said that Aristotelian logic is incompatible with classical logic, and the reason for this is the way in which Aristotelian logic deals with the existential import of its propositions
According to the standard position, Aristotle assumes that all categorical propositions have existential import and, without such an assumption, Aristotelian logic would be inconsistent
We will argue that Aristotle recognized the possibility of categorical propositions with empty terms, and that this does not affect the internal consistency of Aristotelian logic
Summary
É comum se afirmar que a lógica aristotélica é incompatível com a lógica clássica. Fala-se isso, principalmente, por conta do modo com o qual a lógica aristotélica lida com o conteúdo existencial[2] de suas proposições. A importância do conteúdo existencial para a lógica aristotélica é reconhecida por boa parte da história da filosofia. Na passagem do século XIX para o século XX, com as primeiras tentativas de uma formalização matemática da lógica, foram evidenciados problemas com esse pressuposto. A posição padrão resultante deste debate é que todas as proposições da lógica aristotélica têm conteúdo existencial, e esta lógica só é consistente se aceitarmos este pressuposto. Como a lógica clássica não aceita este pressuposto, estas duas lógicas são, portanto, incompatíveis. O objetivo desse texto é apresentar brevemente esse debate e mostrar que ainda que essas duas lógicas sejam, de fato, incompatíveis, o motivo desta incompatibilidade é mal interpretado por boa parte da literatura. Sição na lógica aristotélica pressupunha conteúdo existencial[6], e que esta interpretação torna esta lógica internamente consistente
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