Abstract
Compreender as Revoltas de Junho de 2013 no Brasil segue sendo, mesmo uma década depois, uma tarefa de conclusões imprecisas. Nota-se a insuficiência de discuti-las a partir dos termos consagrados das análises sociológicas, sendo necessárias novas frentes. Assim, este trabalho busca formular hipóteses, a partir de uma leitura de Filipe Campello, que permite aprofundar a análise de Junho nos aspectos perceptivo, linguístico e histórico daquela experiência coletiva. A crítica de Campello pensa o afeto trazendo-o de volta à epistemologia, e segundo suas implicações na filosofia política, permitindo ensaiar uma crítica ao urbano produzido pelo planejamento, a partir da intersecção entre planejamento urbano e subjetividade. O primeiro tópico traz o conceito de afeto que interessa a essa crítica, deslocando-o do âmbito moral e privado para tratá-lo como um elemento do problema da justiça social. O segundo tópico aborda pressupostos metodológicos levantados pelo autor, interseccionando o campo dos afetos com a teoria social e urbana. O terceiro tópico, por fim, traz uma análise sobre as Revoltas de Junho de 2013, apresentando hipóteses metodológicas e analíticas. Diante das análises, nota-se a validade da crítica dos afetos na perspectiva da produção social do espaço, possibilitando discutir as disposições afetivas subscritas no espectro de lutas.
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