Abstract

Este artigo aborda os deslocamentos na análise de Foucault acerca da confissão, procurando mostrar como o foco da análise passa das formas imperativas de linguagem para as formas reflexivas e voluntárias. Propõe em seguida uma possível articulação entre confissão e governamentalidade para pensar a produção do Sujeito político. A partir das reflexões de Agamben, acerca do officium e do dispositivo ontológico, e de Esposito, sobre a máquina da teologia-política e o dispositivo da pessoa, busca-se apreender a procedência teórica e o modus operandi da obediência na prática política liberal. Retomando a dialética sujeito-assujeitamento delineada nas análises de Foucault, Agamben e Esposito, assim como as reflexões de Philip Pettit e de William Connolly a respeito de Hobbes e Rawls, o artigo apresenta o sujeito político não como agente pensante, mas como objeto pensado e como condição de possibilidade da Teoria Política.

Highlights

  • The documents may come from teaching and research institutions in France or abroad, or from public or private research centers

  • À partir de cela, nous suggérons l’hypothèse selon laquelle le politicien sujet, au lieu de d’agent pensant, aurait été en même temps l’objet pensé et le solo du développement de la propre politique moderne

Read more

Summary

Nildo Avelino

A confissão torna possível que o indivíduo possa constituir a si mesmo como sujeito louco: o enunciado confessional faz o ser da loucura ou, para retomar o título do livro de John Austin (1990), o dizer confessional é ao mesmo tempo o fazer do sujeito, sua inscrição na realidade por uma objetivação. A partir dos estudos da governamentalidade, a confissão não é mais percebida como prática de objetivação da verdade da loucura no indivíduo, mas como prática de subjetivação por meio da qual o sujeito autentica em si mesmo, e por si mesmo, as verdades de seu próprio discurso. Mesmo antes de publicar o primeiro volume da sua História da sexualidade, já no curso de 1975, Foucault dirigiu sua atenção para o cristianismo, procurando destacar a prática confessional sob uma forma deliberada e voluntária: mesmo regulamentada a partir de 1215, pelo Concílio de Latrão, como obrigação anual, a confissão, embora obrigatória, não se tornou autoritária. Foi a partir da determinação do desejo no cerne da prática da penitência que surgiu, ao lado de uma anatomia política do corpo para produção de indivíduos uteis, uma fisiologia moral dos desejos, concernida não à produção de corpos úteis, mas ao estabelecimento de uma polícia – no sentido positivo que essa palavra possui – da subjetividade para a constituição de um sujeito obediente às regras da decência cristã e da moral religiosa (Idem, pp. 243 e 245)

Confissão como dispositivo de segurança
Confissão como governo pela verdade
Agamben e Esposito sobre ontologia e política
Considerações finais

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.