Abstract

Entendemos que o cinema, enquanto ferramenta educativa, contribui para interpelar a história e a memória dos povos africanos e afrodescendentes na formação do povo brasileiro instituída na lei 10.639/2003 como temática obrigatória no Ensino Regular. Deste modo, objetivamos, a partir de uma análise fílmica, reflexionar a construção da personagem Chica da Silva no filme “Xica da Silva” (1976), de Carlos Diegues, considerando a representação do corpo negro. Nosso ponto de partida é a crítica dirigida ao filme (publicada no jornal semanário “Opinião” em 1976, declarado de cunho alternativo e de esquerda) pela historiadora Maria Beatriz Nascimento e a resposta do supracitado diretor, em entrevista concedida a Pola Vartuck, Estado de S. Paulo em 1978. Conclui-se que o filme aponta para uma contenda que indica um contexto de conflitos entre a perspectiva da esquerda na construção do movimento negro organizado e a produção do cinema novo nacional e suas alternativas, apontando fatores que traduzem a expressão do corpo negro feminino no referido filme.

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