Abstract

A Escuela-Ayllu de Warisata, localizada no altiplano boliviano entre o lago Titicaca e o nevado de Illampu, foi um projeto de educação indígena e rural ocorrido na Bolívia nos anos 1930 (1931-1940) que pretendeu integrar as concepções e os saberes das populações indígenas locais dentro dos ideais nacionais. A relação com o ambiente biofísico aparece de forma marcante na fonte autobiográfica de Elizardo Pérez, um dos fundadores do projeto. Ademais, a escola se inseria em um contexto de disputa pelo acesso à terra, pela autonomia e pelos modos de organização do espaço que colocavam em conflito as concepções das comunidades indígenas locais frente aos interesses dos grandes proprietários de terra. Nesse artigo, observamos em que medida a escola buscou “revitalizar” esses saberes indígenas e, ainda, uma memória biocultural relacionada com o ambiente do altiplano utilizando o argumento da produtividade como forma de legitimar esse projeto perante a sociedade boliviana.

Highlights

  • The Escuela-Ayllu de Warisata, located on the Bolivian altiplano between Lake Titicaca and the snowfall of Illampu, was an indigenous and rural education project that took place in Bolivia in the 1930s (1931-1940) and intended to integrate the concepts and knowledge of indigenous populations within national ideals

  • Utilizamos aqui a ideia de memória biocultural (BARRERA-BASSOLS; TOLEDO, 2008) que buscam pensar a construção de saberes tradicionais a partir da relação com o ambiente biofísico

  • Mas como teria sido possível, então, montar uma estrutura que abrigaria mais de trezentos alunos, muitos desses em forma de internato? Quase todo o trabalho de construção da escola foi feito a partir de materiais locais e com mão de obra indígena, que trabalhava como forma de aprendizagem nas oficinas de marcenaria e na feitura de tijolos de adobe: Centenas de índios trabalhando sem salário, alegremente, unidos em ayni ou achocalla, a fraternal instituição de trabalho aymara

Read more

Summary

Do original

El paisaje así descrito pretende hacer ver las condiciones hostiles en que floreció la cultura inkaica. A preocupação da escola estaria mais diretamente inclinada na valorização do saber indígena em relação ao ambiente para legitimar, junto com o argumento da produtividade que veremos mais adiante, um maior acesso à terra e à autonomia no uso dessas. Mas como teria sido possível, então, montar uma estrutura que abrigaria mais de trezentos alunos, muitos desses em forma de internato? Quase todo o trabalho de construção da escola foi feito a partir de materiais locais e com mão de obra indígena, que trabalhava como forma de aprendizagem nas oficinas de marcenaria e na feitura de tijolos de adobe: Centenas de índios trabalhando sem salário, alegremente, unidos em ayni ou achocalla, a fraternal instituição de trabalho aymara. O trabalho e a produtividade, portanto, eram os grandes lemas da escola para legitimar o lugar de destaque que seus idealizadores almejavam para o indígena no processo nacional:. Basicamente, esse modelo se aglutina em uma “inter-relação entre unidade social e unidade

10 Do original
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.