Abstract

Do ponto de vista do ato tradutório, considera-se o texto literário como valorizando os aspectos estético-estilísticos, de modo que a importância dada à linguagem do autor é comparável com o conteúdo do texto. Por meio da aplicação do modelo Aubert (1984, 1997, 1998) em seis romances norte-americanos (publicados durante os anos de 1987 a 1994) e as respectivas traduções para o português, realizou-se uma análise das semelhanças e diferenças lingüísticas, estilísticas e culturais entre os textos de partida e os textos de chegada. Com base em dois diferentes níveis de análise, pôde-se observar que a tradução literária solicita um aumento no uso da modulação (590 itens lexicais = 20,0%, ou seja, correspondendo a 1/5 do total do córpus) a fim de dar conta dos campos temático e léxico abarcados pelos autores na língua inglesa e das características estilísticas possibilitadas pela língua portuguesa. Por outro lado, é mais elevada a freqüência da tradução literal (1048 itens lexicais = 34.9%) e da transposição (875 itens lexicais = 29.2%). Ainda que Vinay (1968) alegue que se deva evitar a tradução literal devido aos riscos de falsos cognatos bem como as considerações de alguns teóricos (Vinay & Darbelnet, 1958; Nida, 1964) de que as adaptações sejam muito empregadas na tradução, sobretudo na de textos literários, os dados da pesquisa mostram que mais da metade (64,1%) dos textos analisados valeram-se da tradução literal, quer em sentido estrito (“palavra por palavra”), quer em sentido lato, ou seja, da transposição. Com base nos resultados obtidos, poder-se-ia supor que essas duas modalidades são predominantes na direção inglês->português e que podem ser empregadas adequadamente também na tradução de textos literários.

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