Abstract

O artigo, ambientado em material empírico de comunidades quilombolas no Estado de Mato Grosso do Sul, apresenta reflexão sobre Desenvolvimento Sustentável, partindo da crise entre os conceitos crescimento e desenvolvimento, desembocando na realidade insustentável da atual lógica de Mercado e consumo até propor uma alternativa: a via do Decrescimento e da abundância frugal. Não se propõem aqui alternativas negativas, como de redução ou crescimento negativo, para solucionar as problemáticas apresentadas, mesmo que as mesmas não sejam negadas, mas propõe-se a necessidade de reflexão e ação conscientes e realistas sobre a realidade catastrófica da qual a humanidade está caminhando. Por meio de pesquisa bibliográfica, somando-se às intuições adquiridas em Campo, o artigo se constrói na perspectiva interpretativa e na crítica econômica que buscam um Desenvolvimento Sustentável real e consciente.

Highlights

  • The paper presents a reflection on Sustainable Development, starting from the crisis between the concepts of growth and development, leading to the unsustainable reality of the current market and consumption logic until proposing an alternative: the path of Degrowth and frugal abundance

  • Será oferecida uma linha de pensamento que coloca frente a frente os conceitos “desenvolver” e “crescer”, procurando explicitar as distâncias entre ambas noções, em perspectiva histórica e política

  • Se houvesse no texto um lugar de fala, ele seria entendido como a dinâmica da produção de uma territorialidade desde a América Latina, tensionada a partir da disputa geopolítica entre uma indústria dependente, empresariados agressivos e governos tacitamente condescendentes com as esferas superiores e juridicamente azeitados e repressivos, com as escalas inferiores, ou seja, a partir da compreensão cepalina de desenvolvimento

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Summary

INTRODUÇÃO

É um ponto já estabelecido há algum tempo na literatura que o Desenvolvimento deva ir além do simples crescimento de indicadores econômicos sem contexto cultural, social, e assim por diante (DALY, 1996; LATOUCHE, 2009). Será oferecida uma linha de pensamento que coloca frente a frente os conceitos “desenvolver” e “crescer”, procurando explicitar as distâncias entre ambas noções, em perspectiva histórica e política. Um pressuposto desta leitura é a falha na propositura de uma interpretação do “desenvolver” que abarcasse as realidades — social, política, econômica e cultural dessa região — das quais o Brasil faz parte (VALENCIA, 20174). O texto desenvolve-se como um ensaio de revisão do tema, delineado entre Latouche, a teoria da dependência e a epistemologia decolonial, assinalando a viabilidade de uma resistência diante do movimento hegemônico de pensamento do desenvolvimento como crescimento e da sustentabilidade como retórica

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: A FALÁCIA
CRESCIMENTO E INSUSTENTABILIDADE versus DECRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE
POR UMA ABUNDÂNCIA FRUGAL
CONCLUSÃO
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