Abstract

O presente artigo pretende revisitar o tema das desigualdades regionais a partir do novo modelo federativo adotado pela Constituição de 1988, chamando a atenção para a responsabilidade do governo federal de reduzir as desigualdades espaciais e sociais que se perpetuam no Brasil, quando  a atual Constituição lhe garante os instrumentos de planejamento, financiamento e gestão para reduzir os desequilíbrios de nosso federalismo  assimétrico, como ocorreu com a reunificação da Alemanha dos últimos trinta anos.  No Brasil, ao contrário, as desigualdades regionais provocam graves distorções no sistema representativo, estimulando tensões entre regiões ricas e pobres, especialmente quando a crise federal se agrava, como nos anos 90 que examinamos neste artigo.  A situação poderá se repetir nos próximos anos.  O artigo alerta para a necessidade de promover o desenvolvimento regional sustentável, segundo padrões internacionais adaptados às vocações e identidades regionais e locais.

Highlights

  • The subject matter of this paper is to revisit regional inequalities from the perspective of the new federal system adopted by the Constitution of 1988

  • It takes into account the main federal responsibility of reducing social and regional inequalities perpetuated for centuries in the Brazilian territory

  • En Brasil, por el contrario, las desigualdades regionales provocan serias distorsiones en el sistema representativo, estimulando tensiones entre regiones ricas y pobres, especialmente cuando la crisis federal se agrava, como en los años 90 que examinamos en este artículo

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Summary

São Paulo e os Direitos da Maioria

Um dos mais delicados problemas jurídico-institucionais que a crise brasileira fez emergir é o questionamento do modelo de representação política que vigorou na Câmara dos Deputados durante muitas décadas, mas cujas distorções se agravaram recentemente, confundindo-se com a crise da própria Federação. O resultado mais importante desta campanha nacional pela igualdade da representação é o de exigir uma racionalização maior na distribuição regional dos recursos federais cada vez mais escassos e que circulam anarquicamente por este Brasil – Belíndia, sem proveito aparente nem para a Bélgica nem para a Índia. Uma aliança estratégica entre o Sul e o Sudeste dentro do Congresso poderia, em princípio, permitir maior acesso aos recursos federais que dificilmente estão chegando às mãos do Rio Grande do Sul, tendo em vista o pequeno tamanho de sua bancada e de sua população e o seu passado, mais bem aquinhoado desde de Getúlio Vargas, por ser um estado de fronteira, e por ter sido berço da maioria esmagadora de presidentes da República.

O Desencontro Norte–Sul: O “primo pobre” e o “primo rico”
O “efeito transbordamento” e a integração do Centro-Oeste
A crise das sete torneiras: o imbróglio na distribuição dos recursos públicos
F H C – 1
Conclusão
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